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Mundo das Trevas para Leigos, parte 1: Escrevendo conteúdos

Sou Bobby, sou um DM (Dungeon Master, termo utilizado em inglês para referir ao mestre de jogos de D&D) há muuuuuuito tempo (sinto muito se eu estou usando uma terminologia errada; estou há um tempo no modo D&D depois do fim da minha última campanha) e um Narrador (mestre de jogos da linha do Mundo das Trevas) novo. Eu tenho experimentado e algumas vezes jogado Vampiro, a Máscara (VaM) desde o ensino médio. Ir de D&D para Vampiro é uma coisa que chocantemente percebi como poucos ajudam.
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Este artigo faz parte da série Narração para Leigos orientado para Vampiro, a Máscara e jogos do Mundo das Trevas em geral, e que pode ser usado também em outros sistemas. Seu autor foi o u/PossibleChangeling o qual gentilmente cedeu o conteúdo para que traduzíssemos para nosso blog.

Heya! Sou Bobby, sou um DM (Dungeon Master, termo utilizado em inglês para referir ao mestre de jogos de D&D) há muuuuuuito tempo (sinto muito se eu estou usando uma terminologia errada; estou há um tempo no modo D&D depois do fim da minha última campanha) e um Narrador (mestre de jogos da linha do Mundo das Trevas) novo. Eu tenho experimentado e algumas vezes jogado Vampiro, a Máscara (VaM) desde o ensino médio. Ir de D&D para Vampiro é uma coisa que chocantemente percebi como poucos ajudam. Em D&D, existem coisas como r/DMAcademy, o Discord of Many Things, ou mesmo r/DnD. Não existe nada como isso em Vampiro, a Máscara ou no WoD pelo menos até onde vi. Então essas postagens visam consertar isso! Com sorte, combinando meu conhecimento de design de aventuras em D&D e meu conhecimento mínimo de narração, nós poderemos acabar melhores preparados para nossas próximas sessões!

Alguns avisos antes de começarmos. Eu não sou de forma alguma um Narrador expert. Contudo, eu conheço um tanto bom de contação de história. Sou um bom contador de histórias, mas não um Narrador, se é que isso faz sentido. Então não tome o que eu digo como regra, mas também não me subestime. Além disso, eu entendo que VaM gosta de usar uma terminologia diferente para aventuras, campanhas e histórias, utilizando arcos, crônicas, etc. Para o objetivo deste conteúdo, eu usarei terminologias de videogame e D&D. Eu sinto que isso fará com que seja mais fácil entender por completo o que é novo ou pelo menos servirá de referência.

Então, o que é escrever conteúdo? Bem, como um Narrador, seu trabalho é aparecer na sessão com uma grande lista de coisas que poderiam acontecer ou acontecerão. Alguns preferem aparecer com nada e improvisar. Entretanto, em WoD, pelo menos na minha experiência, são poucos e esparsos. Então o que é conteúdo? Conteúdo é primariamente coisas para seus jogadores fazerem. Talvez o príncipe os contrata para roubarem um museu ou aquele Nosferatu quer a sujeira que está nos negócios do Ventrue. Existem outras coisas para preparar para sua sessão como a construção do mundo, PnJ ou simplesmente coisas que acontecem na cidade. Contudo, seu tempo será gasto preparando conteúdo.

Que tipo de conteúdo você pode escrever? Bem… praticamente qualquer coisa que você viu na TV. Eu vi jogos que se passaram nos anos 20, na Idade das Trevas, em tempos modernos ou mesmo na sua própria cidade alguns anos atrás. Conteúdo pode ser qualquer coisa, mas para dar exemplos, eu gosto de pensar em termos de “quests” de videogames. Existem alguns tipos de missões que gosto de considerar quando estou pensando sobre VaM:

  • Missões de assassinato: “Mate o anarquista que estão causando problemas”
  • Missões de resgate: “Sua namorada Toreadora foi sequestrada. Mostre ao sequestrador quem é que manda”.
  • Missões de escolta: “Mostre ao novo filho do Ventrue a cidade e o mantenha seguro”.
  • Missões de coleção: “Roube o sarcófago Ankarano do museu para o Príncipe Lacroix”.
  • Missões de entrega: “Leve os herogrifos traduzidos do sarcófago de Ankaran para o Beckett para revisão”.
  • Missões de investigação. “Tem acontecido desaparecimentos na cidade. Descubra o que está causando-os e ponha um fim neles”.

Essa não é de forma alguma uma lista completa. Existe combinações de missões e uma missão de assassinato pode ser diferente na sua mente que outra, mas geralmente esses tipos ajudam a construir conteúdos para seus jogos. Honestamente, a expectativa para o seu jogo e a única que você pode ser verdadeiramente ser culpado por é não encontrar coisas para serem feitas. No fim do jogo, RPG é sobre diversão e apesar de VaM dar uma ênfase maior para a história, seu grupo ainda precisa de coisas para fazer na sessão. Se trata da jornada. Meu exemplo favorito de como contação de histórias deveria ser em VaM é Bloodlines. O jogo dá um objetivo (descobrir o que aconteceu com o Nosferatu) e dá a você uma lista de passos que você terá que realizar para fazer isso. Você vai para Hollywood, encontra o barão, ganha seu favor de forma que ele diz o que você precisa saber e depois se aventura nos esgotos em uma “dungeon” horripilante até o refúgio do clã Nosferatu.

Então, você descobriu que tipo de missões você quer? Bom! Alguma delas são mais complicadas de escrever, como missões de investigação (minhas favoritas), mas honestamente só aparecer com missões para seu grupo vai cobrir a maior parte do que eu considero ser requisito para a sessão.

Devo dizer  que sua preparação não acaba aqui. Você precisa de PnJ, construção do mundo e algum senso do que será o enredo principal da história. Somente ter missões secundárias não é o suficiente. Isso torna faz com que o jogo seja somente serpentear sem propósito e isso não é o que você quer! Um jogo precisa de propósito, senão ele se torna perdido. É aqui que o enredo principal entra. Eu não poderia enfatizar isso o bastante. Quando você definir o enredo principal para o seu jogo, tenha certeza que é algo com o que seus jogadores se comprometer. Fazer campanhas sobre o terror do Sabá em Chicago é ok, mas e se o grupo quiser entrar para o Sabá? Isso pode resultar em várias sessões ruins ou,  de uma forma mais positiva, em uma campanha completamente diferente depois que eles entrarem para esse grupo!

Crie conteúdos para seu grupo fazer e tenha uma ideia de para onde a crônica vai rumar. Soa bom? Perfeito. Isso fecha essa parte sobre Narração para Leigos. No próximo artigo, falarei sobre escrever mistérios!

Este artigo faz parte da série Narração para Leigos orientado para Vampiro, a Máscara e jogos do Mundo das Trevas em geral, e que pode ser usado também em outros sistemas. Seu autor foi o u/PossibleChangeling o qual gentilmente cedeu o conteúdo para que traduzíssemos para nosso blog.

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