A Solidão Criativa do RPGista: Minha Jornada Solo e Como Começar a Sua
E aí, aventureiros solitários! Tiago aqui, tenho 32 anos e sou mestre em driblar o maior boss de todos: a agenda! Aquele dilema clássico – tempo + amigos + compromissos = sessão de RPG impossível, te soa familiar? Se sim, senta que a história é longa (e solo!).
Antigamente, a gente se esbarrava pelos corredores da faculdade e, num piscar de olhos, já estávamos rolando dados. Hoje, marcar um encontro épico com a galera é quase tão difícil quanto derrotar a Tiamat com um estilingue. Mas, calma! Para todo RPGista saudoso, existe uma luz no fim da dungeon: o RPG Solo! E claro, sempre tem o Coletivo RALC pra dar aquela força (link do Discord aqui no Blog).
Do Livro-Jogo à Epifania
Minha busca começou com algo simples e rápido: precisava de uma dose de RPG que coubesse no intervalo do almoço ou entre um molho de tomate e outro. A solução? Os clássicos livros-jogos.
Já ouviu falar da coleção de livros Aventuras Fantásticas, do mestre Ian Livingstone? Pra quem não conhece, imagina um livro que te desafia a cada página. Você lê a cena, toma uma decisão e, dependendo da sua escolha, a história te leva para outro rumo. Genial, né?

Passei um tempão viciado nessa brincadeira, até que a ficha caiu: muitas escolhas pareciam levar ao mesmo lugar. Sabe aquela sensação de estar seguindo um script predefinido, sem real poder de decisão? Aconteceu comigo. Mas a jornada não parou por aí…
Nômades RPG: Uma Odisseia Entre Universos
Dei um tempo nos livros-jogos e mergulhei de cabeça no Nômades RPG, Aguaviva XP, do visionário Marcelo Collar (que você encontra neste link). Prepare-se para uma experiência diferente! Em vez de dados, o sistema usa cartas de baralho e te transporta para uma narrativa cinematográfica.

Com o livro e um baralho na mão, a imaginação ganha asas. O sistema te convida a contar histórias épicas, viajando por infinitos universos. Pensa em estar caçando um assassino em um bar decadente e, no instante seguinte, se jogando na frente de uma bala para proteger o clone desse mesmo criminoso em outra realidade! É plot twist que não acaba mais!
A mágica do Nômades está na liberdade de adaptar qualquer aventura pronta de D&D ou Old Dragon (que, modéstia à parte, têm as melhores tramas!) para o sistema. Mas nem tudo são critical hits: o sistema te ajuda a tomar decisões, mas a criação da história em si depende da sua criatividade. É preciso ter uma faísca para incendiar a aventura.
Em Busca do Mestre Perdido
E foi aí que bateu a real: no RPG Solo, você é o jogador E o mestre. E ser justo consigo mesmo não é tarefa fácil! A gente sempre tenta dar aquela “roubadinha” básica pra se favorecer, rs. No Nômades, eu sentia falta de um mestre de verdade, de alguém para guiar a história de forma imparcial.
Foi então que descobri o NoteQuest, do Tiago Junges (não, não sou eu, hahaha!). Ele criou um RPG minimalista focado na exploração de dungeons. Tudo o que você precisa é papel, lápis e alguns dados de 6 lados. Parece simples, mas a mágica está na aleatoriedade.

O sistema gera monstros, salas e eventos de forma imprevisível, te convidando a explorar uma dungeon infinita. A cada partida, você constrói um mundo vivo e orgânico, repleto de consequências e armadilhas. Juro que já encontrei o corpo de um personagem antigo sendo saqueado por um novo aventureiro! Saudades, Sir Rocco…
Em NoteQuest, você cria uma saga com passado, presente e futuro, usando ferramentas justas que equilibram a balança do jogo.
O Que Aprendi Vagando Solo
Não existe fórmula mágica para começar no RPG Solo. O importante é experimentar e descobrir o que funciona para você. Hoje, compartilhei um pouco da minha jornada, mas quem sabe amanhã eu não traga outros sistemas e referências?
Mas, antes de me despedir, uma dica de amigo: fuja de sistemas “tradicionais” que oferecem um “modo solo” adaptado. Geralmente, são soluções meia-boca que não entregam a experiência completa.
Se você quer se aventurar de verdade no RPG Solo, procure sistemas criados especificamente para essa modalidade. A diferença é gritante!
Ufa, falei demais!
E aí, curtiu o papo? Quer que eu mostre como rola uma sessão solo na prática? Quer ver meus mapas, anotações e a bagunça organizada das minhas aventuras?
Deixe seu comentário aqui embaixo e, quem sabe, eu não traga mais dicas e relatos do meu mundo solitário (mas nem tanto!).
Boas rolagens e obrigado por embarcar nessa jornada comigo!
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